O CORPO E A MEDICINA OCIDENTAL: UM OLHAR A PARTIR DA FILOSOFIA DE MARTIN HEIDEGGER
José Isaac Costa Junior, Caroline Vasconcelos Ribeiro
Resumo
Ao discutir o problema do corpo nos seminários que ministrou em Zollikon entre 1959 e 1969, Martin Heidegger sustentou que a medicina moderna se desenvolveu e se consolidou ancorada em uma concepção de corpo afinada à filosofia de René Descartes. Para o filósofo alemão, foi Descartes o responsável por alçar o ser humano à condição de sujeito e o real à de objeto para manipulação e cálculo. Ao influenciar a medicina ocidental, Descartes lega um modo de entender os fenômenos corporais considerando a disposição dos órgãos no corpo-máquina e o seu funcionamento conforme as leis da mecânica. Para fenômenos relativos ao composto corpo-alma, a explicação se baseou no exame da relação mútua entre essas duas substâncias. Indicamos, nesse trabalho, de que forma a medicina ocidental se serve desta herança cartesiana. Além disso, traçamos breves considerações sobre a maneira heideggeriana de pensar a corporeidade humana, apontando para a possibilidade de lidar com a saúde e com o adoecer humanos levando em conta não apenas o corpo material (Körper), mas também o corpo vivido (Leib).
Palavras-chave
Corpo material. Corpo vivido. Medicina. Adoecimento.
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